sábado, 19 de setembro de 2009

Propriedades do AMARANTO.

No dinâmico contexto da reeducação alimentar, de tempos em tempos, um novo alimento alcança o status de “novidade da vez” por conta de suas propriedades nutricionais superiores. Foi assim com a linhaça, a quinoa e, agora, o amaranto, nobre cereal cultivado na região dos Andes e do México, e que ganha cada vez mais adeptos nos grandes centros urbanos.O amaranto é um cereal rico em proteínas de alto valor biológico, minerais como cálcio, fósforo, potássio, vitaminas e aminoácidos essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo. Seus muitos benefícios se estendem aos mais diferentes perfis e necessidades específicas. O alto valor protéico de 14 a 20% a mais, quando comparado a outros cereais - e de minerais atuam na manutenção e no aumento da massa magra em atletas e esportistas amadores, além de contribuir para a diminuição do colesterol e a prevenção de doenças cardiovasculares, osteoporose e câncer na população de idosos e adultos em geral. Rico em cálcio, o amaranto pode ser utilizado como substituto do leite animal, sendo indicado para crianças e pessoas com intolerância à lactose. Uma porção de amaranto contem mais cálcio do que um copo de leite e fornece quase o dobro de ferro do que o trigo, além de ser uma fonte excelente de fibras. O alimento também funciona como uma ótima opção de variação nutritiva no cardápio dos celíacos, além de atuar no controle da glicemia em diabéticos, graças à alta concentração de fibras alimentares é maior do que as encontradas na aveia, milho e trigo. O amaranto é uma fonte de tocotrienóis, tipo de vitamina E, que diminui os níveis de colestreol no sangue. Além disso contem óleo poliinsaturado ,encontrado principlamente no germe da semente. É um óleo rico em ácido linoléico (um ácido graxo essencial) que auxilia no proceso antiinflamatório do organismo. Uma característica singular do amaranto é a grande concentração de esqualeno em sua composição, substância somente encontrada em quantidades significativas nos óleos de fígado de animais marinhos. Suas propriedades naturais incluem a ação antioxidante, no combate aos radicais livres, aumento da oxigenação do metabolismo e proteção da membrana celular e sistema imunológico. Comercializado em flocos naturais e com forma e consistência similares às da aveia , o amaranto pode ser consumido com frutas e iogurte no café da manhã, como ingrediente de pães, bolos e doces, além de ser incorporado em sopas, vitaminas, entre outras receitas de pratos doces e salgados. Uma opção nutritiva para reduzir o colesterol Pesquisas recentes mostraram que o amaranto, um dos vegetais mais importantes da América pré-colombiana, além de altamente nutritivo, é um excelente redutor dos níveis de colesterol plasmático através de sua fração proteica que, ao ser digerida, inibe a enzima responsável pelo acúmulo de colesterol no organismo. O estudo foi realizado pelo Laboratório de Bioquímica e Propriedades Funcionais dos Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), que investiga os chamados alimentos funcionais. José Alfredo Gomes Arêas e colaboradores começaram a estudar o amaranto em 1996 para entender como a planta reduz as taxas de colesterol. Após induzirem o aumento do colesterol total e do LDL (o chamado mau colesterol) em coelhos, através de alimentos ricos em ácidos graxos saturados e outros compostos, os pesquisadores administraram uma dieta contendo o amaranto. Os resultados mostraram que a fração protéica do amaranto é a responsável pela redução do colesterol, pois as proteínas, ao serem ‘quebradas’ na digestão, transformam-se em pequenas cadeias de aminoácidos capazes de inibir a enzima responsável pelo acúmulo do colesterol. Mas o mecanismo ainda não está completamente elucidado e a equipe continua investigando. Em parceria com o Instituto do Coração (InCor) de São Paulo, foram feitos estudos com pacientes cuja taxa de colesterol estava elevada. A administração de amaranto, mesmo em pouca quantidade, junto com estatinas, diminuiu mais acentuadamente os níveis de colesterol dos pacientes. O pesquisador ressalta, entretanto, que mais estudos são necessários para que se possa avaliar a real participação do amaranto, uma vez que o número de pacientes testados era pequeno e eles também foram tratados com medicamentos. Além da comprovada redução do colesterol em animais, o amaranto é naturalmente rico em proteínas de alto valor biológico, o que não é comum em vegetais - a maioria deles não têm alguns aminoácidos essenciais e seu aproveitamento é de 60% ou menos. A planta é ainda fonte de fibras, zinco, fósforo e cálcio biodisponível (pronto para ser assimilado pelo organismo), outro fato incomum nos vegetais. O amaranto também não contém glúten ou outras substâncias alergênicas em sua composição, o que o torna uma opção para os celíacos – pessoas com intolerância ao glúten. A equipe da USP investiga formas de consumo da planta, que tem na semente a parte comestível mais importante, já que não é um alimento que faz parte da cultura alimentícia brasileira. Ele é conhecido como um pseudocereal. A semente, quando aquecida, estoura como pipoca e está sendo utilizada para a criação de barras de cereais, musli (mistura de cereais), pães, bolachas e saladas. A idéia é introduzir a semente em alimentos para os quais o paladar do brasileiro já está acostumado, assim como foi feito com a soja. Atualmente, alguns produtores já cultivam o Amaranthus cruentus, espécie que tem se adaptado melhor às condições climáticas brasileiras. O amaranto é um arbusto que pode atingir até 2 metros de altura, com folhas grandes e panículas (tufos semelhantes às espigas) que concentram as sementes. As folhas podem ser cozidas como a couve. Para a produção de farinha, é necessário extrair das sementes o óleo, que tem altos níveis de ácidos graxos insaturados e também poderia ser usado na alimentação. OBS: ESTOU CONSUMINDO E ESTOU AMANDO!!